O A Gente Transforma nasceu de um chamado da alma, em 2010. Veio pôr em movimento um processo, que exibe e potencializa a sabedoria e o alto nível de desenvolvimento humano de comunidades, que permanecem à margem da sociedade.
A motivação para ir em frente surge da urgência em enfrentar o desrespeito à natureza; a visão depreciativa que se tem dos povos indígenas, negros e sertanejos; o desconhecimento de sua sabedoria ancestral.
O A Gente Transforma coopera para a reconquista da autoestima destas comunidades, por meio de ações que retomam saberes ancestrais e trazem benefícios concretos para o indivíduo e suas comunidades: liberdade, autonomia, prosperidade. Passo ambicioso que impacta a sociedade como um todo, a partir da visão integrada de saberes de ontem e hoje.
A ferramenta que alavanca esta transformação é o design, encontro da natureza e a mão do homem. Inovação e criação florescem a partir da vocação de comunidades conectadas com a natureza e o sagrado, sob um olhar de hoje.
Quem somos nós? Caminhantes que buscam a riqueza cultural, os saberes e a arte escondida nas matas, nas areias, nos morros e mares deste Brasil, povoado por gente que vive a simplicidade de uma forma extraordinária. E com a amor no coração.
O AGT transforma muitos para sermos todos UM.
Texto: Elda Müller
A tecnologia social do A Gente Transforma tem as seguintes etapas:
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Processo de imersão na estrutura social, para entendimento da realidade atual como testemunha do passado. Criação de uma base de confiança mútua com a comunidade, para que juntos possamos explorar o potencial e os desafios (problema/hipótese), num processo multidirecional e dialético de criação de oportunidades
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Espaço para investigar e perguntar, validar o que existe de genuíno e procurar pelo extraordinário. Para conseguir acessar esse conteúdo, agimos com a certeza de que todo ser humano tem potencial, e com a crença de que todo ser é capaz de aprender enquanto ensina.
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Integração do grupo, formando um organismo único onde as diferentes perspectivas se somam para formar um só entendimento. Nesse momento, acontece a descoberta e valorização de conhecimentos ancestrais que estão se perdendo no tempo, fonte de inspiração para a criação. É um exercício de descolonização do olhar.
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Momento de criação coletiva, onde o projeto se configura através da transferência de saberes, quando todos participam, cada um com seu repertório, em sintonia.
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A perpetuação do conhecimento ancestral acontece porque entra em contato com as novas linguagens e tecnologias. O objeto criado, seja uma peça de design ou um edifício, é um manifesto, que demonstra que “toda inovação é sócio-tecnológica”. (Eero Saarinen)
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A comunidade e o território se relacionam com o mundo a partir de sua produção, sua identidade, para dar voz à sua história e representar-se no mundo contemporâneo. A construção de autonomia das comunidades, sejam elas representadas por uma peça de design ou um edifício, é feita através deste processo de formação de consciência e construção de competências para gerar economia e visão de futuro.