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Sobre o Projeto

Coleção de brinquedos educativos feita em imersão na comunidade Nova Colômbia, dentro de reserva de desenvolvimento sustentável no Amazonas.

O A Gente Transforma foi convidado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) – em parceria com o Instituto Lojas Renner, Fundo Newton, British Council, Global Canopy Programme e Instituto Mamirauá, para desenvolver iniciativas de economia inclusiva e criativa baseadas na valorização do potencial local e do desenvolvimento de habilidade de negócios. O projeto contou ainda com apoio do Banco Bradesco, Fundo Amazônia/BNDES e Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

O projeto faz parte de uma estratégia de valorização da floresta em pé, que resulta do manejo da espécie Molongó, uma árvore de tronco fino e alto, abundante na região de Nova Colômbia utilizada no artesanato local. O objetivo deste projeto é melhorar os meios de subsistência desta população, com o desenvolvimento de produtos para inserção no mercado, comunicando a identidade da comunidade e a possibilidade de geração de negócios inclusivos a partir do manejo da floresta amazônica. Trabalhamos em sincronia com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá para implementar uma área de manejo experimental desta espécie para ampliar os benefícios ambientais, sociais e econômicos da atividade.

TECNOLOGIA SOCIAL

O A Gente Transforma usa a ferramenta do design para avaliar o contexto da comunidade e criar um projeto de design de produto que tenha sintonia com o mercado, que tenha no centro da solução do problema, a conquista de autonomia pela comunidade.

O processo é de desenvolvimento de uma análise sofisticada e objetiva que trabalhou com os seguintes pontos pontos de vista:

– A comunidade produzia objetos de madeira desperdiçando 70% da árvore, que leva 30 anos para atingir o ponto de manejo.

– Os objetos que a comunidade já produzia tinham uma linguagem figurativa que representavam a fauna amazônica. Este aspecto lúdico atraía as crianças, que eram proibidas de brincar porque os objetos tinham valor monetário para a família;

– Os desafios logísticos para transportar esses produtos para os centros urbanos como São Paulo são enormes, o que acaba se tornando uma inviabilidade econômica dos produtos no mercado.

O projeto desenhou então uma estratégia de atuação dentro do mercado local, suprindo a demanda de brinquedos educativos que são comprados pelo Programa Primeira Infância Ribeirinha (PIR) para a utilização dos agentes de saúde na própria comunidade.

O projeto criou então um modelo de economia circular, estimulando a produção e também o uso dos objetos pela própria comunidade que os produziu, promovendo o reconhecimento de sua própria identidade, fortalecendo o brincar e gerando resultados financeiros para os artesãos envolvidos.

A experiência na RDS Mamirauá com a comunidade de Nova Colômbia concretiza o entendimento e a provação do A Gente Transforma de que é necessário trabalhar para além da noção de Unidade Produtiva. Hoje há um olhar do mercado que muitas vezes enxerga uma comunidade que não teve acesso a oportunidades e à educação formal, como uma Unidade Produtiva de algo. Isso vem relacionado a termos como baixo índice de desenvolvimento humano, em um discurso que busca ‘capacitar’ essas pessoas. No fim, dentro dessa noções, a comunidade acaba produzindo algo que não poderá consumir – ‘faz, mas não usa’/ Buscamos romper com esse entendimento. Olhamos para a necessidade da comunidade, antes de olhar para a necessidade do mercado de decoração.
Marcelo Rosenbaum

Os produtos da COLEÇÃO MOLONGÓ fazem parte da rede Origens Brasil.

O Origens Brasil® é uma rede que promove negócios sustentáveis na Amazônia em áreas prioritárias de conservação, com garantia de origem, transparência, rastreabilidade da cadeia produtiva e promovendo o comércio ético.

Origens Brasil® – Garantia de negócios pela floresta em pé

LOCALIZAÇÃO

Nova Colômbia é uma comunidade ribeirinha que tem como principal fonte de renda a pesca, a agricultura familiar e o artesanato talhado em madeira. A comunidade fica no paraná do Jarauá, um braço do Rio Japurá afluente do rio Solimões e é formada por 12 famílias.