O A Gente Transforma tem desenvolvido projetos que constroem pontes entre o mercado e as comunidades tradicionais, com o objetivo de desenvolver projetos que aproximem a tradição e o mercado, através do reconhecimento do artesão como um legítimo representante da identidade cultural do país | Rosenbaum + Ricardo Geldres
O A Gente Transforma tem desenvolvido projetos que constroem pontes entre o mercado e as comunidades tradicionais, com o objetivo de desenvolver projetos que aproximem a tradição e o mercado, através do reconhecimento do artesão como um legítimo representante da identidade cultural do país.
O convite da Casa Cor para criar um espaço e o apoio do Mincetur (Ministério do Comercio Exterior e Turismo do Peru), nos possibilitou percorrer diversas comunidades e desenvolver com esses artesãos, mais de 90 peças que representam as técnicas ancestrais de artesanato, de origem milenar quéchua e inca.
Na região de Piura, a comunidade de Ñari-Walac sempre foi comandada pelas mulheres, consideradas soberanas, que até hoje tecem palha com as mãos e mantém a tradição de sua cultura.
Na Casa del Alfarero, no norte do Peru, artesãos trabalham com o barro, modelando potes gigantes à mão, seguidos da queima do barro em um ritual ancestral, mantido pelos homens da comunidade todas as noites.
Em Lamas, na entrada da Floresta Amazônica Peruana, a cultura quéchua é predominante. As mulheres trabalham com cerâmica, fazendo potes para guardar roupas, mantimentos e refrescos de frutas da região. Lá o algodão ainda se planta e todo o processo, até a tecelagem, é feito de forma artesanal e orgânica, para a confecção de roupas, mantas e acessórios.
Durante 15 dias Rosenbaum e Ricardo Geldres percorreram três regiões distintas do país: Piura (litoral), Lamas (floresta) e Ayacucho (Serra).
Na região de Piura, que ficano Norte do Peru, na comunidade de Ñari-Walac, a história conta que essa região sempre foi comandada pelas mulheres, consideradas soberanas. Hoje, através do artesanato como a única possibilidade de renda, as mulheres ainda estão no comando. Vivendo do artesanato, as mulheres tecem palha de toquilho com a mão.
Na Casa del Alfarero em Catacaos, também no norte do Peru, Rosenbaum pôde identificar a técnica Tallan de trabalhar com o barro, onde todos os dias, os locais constroem um forno na terra e o cobrem com lascas de cerâmica, palha e terra. Durante a noite, acontece a queima. Potes gigantes de barro são ainda moldados e construídos na mão batendo na argila com pedra e um taco de madeira, usando a técnica do paleteado. Parte do ritual da comunidade, todo final de dia os homens se encontram para celebrar uma nova queima do barro, regado de Chicha Morrada, infusão de milho roxo, contemplando o descer do Sol e nascer da Lua.
Em Lamas, uma cidade na entrada da Floresta Amazônica Peruana, a cultura Queshua é predominante. As mulheres trabalham com cerâmica, fazendo potes para guardar roupas, mantimentos e refrescos de frutas da região. Lá o algodão ainda se planta e todo o processo, até a tecelagem, é feito de forma artesanal e orgânica, para a confecção de roupas, mantas e acessórios. É ainda a terra do cacau e do café. Em Lamas, as casas são de adobe pilado.