Produtos produzidos na comunidade do Vergel para o mercado nacional, através da Portobello, La Lampe e lojas de design | Rosenbaum + Rodrigo Ambrósio
O Cobogó é um elemento vazado muito utilizado na arquitetura moderna brasileira como estratégia de conforto térmico no clima tropical. O bloco foi criado em Pernambuco, inspirado nas soluções da arquitetura árabe e tem seu nome derivado dos nomes engenheiros que o criaram: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góes. CO-BO-GÓ.
O Cobogó da Mundaú é um elemento construtivo vazado produzido com as conchas, resíduos da pesca do sururu, às margens da Lagoa Mundaú, em Maceió. Desenhado por Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrósio, é produzido pela comunidade, a partir do sururu recolhido e triturado na comunidade, em substituição da areia, na composição com o cimento.
Após oficinas e experimentações com a comunidade local e o artesão Itamácio dos Santos, que produz as fôrmas atuais com material reciclado, chegou-se a uma mistura que tem em sua composição 70% de conchas trituradas e 30% de cimento, para cada peça produzida artesanalmente.
O primeiro lote de cobogós de sururu está na loja Farm de Miami, que tem projeto de arquitetura criado pela Rosenbaum em parceria com Renata Gaia Arquitetura.
Casa Vogue Experience 2019
Os cobogós participaram da Casa Vogue Experience 2019, que fez o seu pré-lançamento.
A Portobello, empresa brasileira do ramo de revestimentos cerâmicos, considerado o maior parque fabril do ramo na América Latina, é a representante exclusiva do Cobogó da Mundaú. O lançamento deste produto aconteceu na feira Revestir, maior evento do setor de revestimentos da América Latina, em março de 2020. A Portobello vai coercializar o Cobogó da Mundaú em seus 138 pontos de venda a partir de fevereiro de 2021. A expectativa é de vendas de 1200 peças por mês deste produto, gerando valor econômico para a comunidade, com a criação de um Negócio Social.
Junto à IBRATIN, empresa alagoana com distribuição nacional, Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrósio desenvolveram revestimentos com a concha do sururu. Ao todo, são 3 modelos de texturas que apresentam o cascalho feito a partir da casca do sururu em diferentes granulações misturado à argamassa.
A incorporação da casca do molusco pela indústria contribui com a melhoria do meio ambiente e gera renda na comunidade através da moeda social.
Dois modelos de luminárias, com uma e duas lâmpadas, com design de Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrósio foram desenvolvidas pelo artesão Itamácio em parceria com a La Lampe. Essas peças podem ser aplicadas à parede como arandela, peça de mesa, ou teto. A Luminária de Sururu foi lançada pela La Lampe e será comercializada em todo o Brasil.
Do processo de imersão e Oficina Criativa, nasceu a Coleção Sururu da Mundaú, com inspiração no repertório da Lagoa do Vergel e no vocabulário alagoano. A partir da metodologia que valoriza os saberes tradicionais trazidos pela comunidade, 14 objetos foram concebidos por Rosenbaum e Ambrósio e desenvolvidas com a comunidade. São objetos de design para a casa, como banco, uma casa de passarinho, bandeja, e vasos ou caqueiras, como são conhecidos em Alagoas. A coleção é produzida na comunidade e será lançada em breve.
Todos os produtos desenvolvidos, utilizam as cascas de sururu em sua composição, que são compradas do Ecoponto, unidade de beneficiamento das conchas, que compra o resíduo das marisqueiras, atribuindo valor ao que era descartado. O pagamento das conchas é feito pelo Ecoponto com uma moeda social, o sururote, que estimula a geração de economia na comunidade do Vergel, criando um ciclo virtuoso de ECONOMIA CIRCULAR, conceito e operação implementada pelo projeto Maceió Inclusiva Através da Economia Circular.