Pouco depois de termos sido transformados pela experiência de Várzea Queimada, ainda digerindo o nosso aprendizado no sertão do Piauí, surgiu a possibilidade de nos aproximarmos dos índios Yawanawás e darmos continuidade ao projeto A Gente Transforma, que tinha mexido muito com a nossa maneira de enxergar o trabalho que fazemos.
Marcelo Rosenbaum
Quase na fronteira com o Peru, às margens do rio Gregório, na cidade de Tarauacá, fica a Terra Indígena Yawanawá. Este foi o primeiro povo a ter reconhecimento do estado do Acre e oficializar seu território no Brasil.
Os Yawanawás estão em contato com o homem branco há aproximadamente 150 anos e lutam para manter vivas suas tradições. Nos 1970 foram praticamente extintos ao serem explorados pelos desbravadores, missionários e seringalistas, que mantiveram sua dominação por um longo período. Sua história é marcada pela luta por liberdade e pelo resgate de suas tradições. Trabalham criando alianças a partir da liderança do Cacique Biraci Brasil, que junto com o A Gente Transforma, mobilizou 78 artesãos Yawanawá das Aldeias Nova Esperança e Amparo, para um trabalho de co-criação.
Com uma equipe formada por designers e comunicadores, partimos para uma imersão na floresta amazônica, onde criamos uma coleção de luminárias a partir do trabalho artesanal com as miçangas, que são feitas com as estampas dos desenhos sagrados e toda a cosmologia da tradição Yawanawá.
Com essa ação, o Instituto A Gente Transforma criou um produto de alto valor agregado, com identidade brasileira, que foi comercializado com exclusividade pela La Lampe, ampliando o potencial de geração de oportunidades para a comunidade.
Fotos da imersão: Lucas Moura (galeria de fotos)
Fotos da floresta: Marcos Lopes